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Filho homossexual

Com qual idade, geralmente, a pessoa descobre atração pelo mesmo sexo?

 

Psicologo para atender filho homossexualHomossexualidade: Orientação aos pais

Entrevista cedida pela psicóloga Gabriela Palma Veneziano Monea CRP 06/56084-7 para Thaís Cordon – Site da Band

1- Com qual idade, geralmente, a pessoa descobre atração pelo mesmo sexo?

Psicologa: Na pré-adolescência, por volta dos 12 anos, é a fase onde começa a surgir o interesse pelo sexo e, consequentemente, por pessoas do mesmo sexo. Mas, desde muito cedo, por volta dos três anos, já ocorre uma identificação maior por um ou outro gênero.

2- Como ela sabe se realmente é "apenas" uma atração momentânea, "modinha", "curiosidade" ou realmente uma opção, um gosto?

Psicologa: Muitos pré-adolescentes participam de brincadeiras e experiências sexuais, incluindo o exibicionismo mútuo. Nessa fase, podem confundir identificação com atração sexual. É uma fase do desenvolvimento sexual e irá ajudar a amadurecer e definir a identidade sexual. Geralmente, quando chegam à puberdade, seu interesse mostra-se mais definido – ou interessam-se pelo sexo oposto ou pelo mesmo sexo.

3- Quais os sinais que os filhos, geralmente, dão para os pais descobrirem sua sexualidade?

Psicologa: Muitos filhos preferem que os pais não saibam sobre sua sexualidade ou demoram em fazê-lo. Isso é um reflexo da atitude dos pais frente esse assunto. Pais preconceituosos tendem a intimidar o filho e deixá-lo desconfortável para abrir-se com eles.

4- Quais os sinais que os pais podem descobrir que os filhos são homossexuais?

Psicologa: Os sinais mais claros estão ligados à identificação de gênero. Com os meninos nota-se ligação maior com as meninas, são mais delicados, sensíveis, vestem-se de forma mais cuidadosa e com as meninas ocorre a identificação oposta, com os meninos, vestindo-se de forma mais masculina, mostrando interesses em assuntos ligados a esse universo. Mas isso não quer dizer, de forma alguma, que um menino que goste de brincar de boneca ou que uma menina que gosta de futebol, são homossexuais. Existe um conjunto de fatores que sinalizam essa preferência e esses citados anteriormente são apenas alguns deles.

5- Qual a melhor hora do filho contar que é gay? Melhor ele se firmar como um adulto ou desde as primeiras experiências com o mesmo sexo?

Psicologa: O filho deve contar aos pais quando estiver certo de sua orientação sexual. E isso só será possível depois de passar pela fase de experimentação e descobertas. Como já foi dito anteriormente, muitos adolescentes confundem identificação com desejo sexual. Passada essa fase e certo do caminho que pretende seguir, é hora de contar aos pais.

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6- De qual forma, qual melhor momento, que o filho deve contar para os pais? Explique. Quais palavras eles devem utilizar para os pais tentarem entender da melhor forma?

Psicologa: A melhor forma de contar para os pais é da maneira mais natural e franca possível. O filho deve explicar que se sente diferente desde determinada idade, que sempre olhou para pessoas do mesmo sexo com interesse sexual e que está seguro sobre sua identidade sexual. Não existem palavras corretas nesse caso. O melhor é que haja espaço nessa relação para que o filho sinta-se confortável e seguro em contar para os pais o que ocorre com ele.

Muitos pais sentem com se estivessem perdendo um filho, pois sempre projetaram seus sonhos e expectativas nele. O filho pode fazer com que eles entendam que tudo pode acontecer de uma forma boa também, mas com algumas modificações no que era esperado por eles. Deixando claro que não há culpados e que não é uma escolha dele ser diferente. Ele apenas é assim.

7- Como os pais devem agir quando o filho conta, pois, geralmente, não é um entendimento fácil, certo?

Psicologa: Muitos pais culpam-se e saem em busca de respostas de onde erraram para que isso acontecesse. O ideal é que os pais acolham seu filho e o apoiem. Os pais devem entender que ser diferente da maioria das pessoas não é uma tarefa fácil e, portanto, se o filho tiver pais que o faça sentir confortável e seguro, tudo será mais tranquilo para ele.

8- Os filhos gays devem apresentar o namorado para os pais de imediato, na hora de contar? Como deve ser o relacionamento do "namorado gay" com a família.

Psicologa: Na hora de contar o filho deve estar sozinho com o pais. Esse é um momento íntimo da família e onde muita informação está sendo trazida. Colocar outra pessoa nessa relação nesse momento pode ser apenas mais um fator tumultuante. Quanto ao relacionamento com o “namorado gay”, tudo vai depender da relação com os pais. Muitas famílias são conservadoras demais e não têm estrutura para aceitar uma exposição direta dessa relação. Mais uma vez insisto no diálogo. Tudo deve ser conversado e combinado. Tanto os pais, quanto o filho e o namorado, devem ficar à vontade e se sentirem respeitados na presença uns dos outros.

9- A família, não estou dizendo os pais, e sim os tios entre outros, devem saber? Qual a melhor hora e como?

Psicologa: A família pode saber ou não. É uma decisão exclusiva da pessoa que irá se expor. Caso decida contar, deve ocorrer quando tudo estiver bem definido e quando a relação com os pais estiver tranquila em relação a esse assunto.

10- Fale sobre o relacionamento dos pais, família e casais homossexuais.

Psicologa: A tolerância deve partir de dentro de casa. Pais que estabelecem um diálogo desde cedo com seus filhos, apoiam em suas atitudes e os conduzem para o caminho do bem, formam pessoas mais confiantes e capazes de lidar com a diversidade e o preconceito que existem no mundo.

Apesar de a sociedade estar se mostrando cada vez mais adaptável aos novos padrões de comportamento, isso não significa que estamos livres do preconceito.

Com o aumento das informações muitas pessoas conseguem entender o que antes não era possível e passam a enxergar determinadas situações com maior tolerância.

Existe um novo padrão de família estabelecido, onde pais separados casam-se de novo, filhos de outros casamentos formam uma nova família com pais separados e filhos dessa nova união, casais homossexuais se unem a adotam crianças, pessoas optam por serem solteiras e nada disso mais é um grande tabu. Mas estamos vendo um movimento da sociedade mostrando-se um pouco mais aberta e adaptável a essas diferenças.

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Orientacao sexualEntrevista cedida para o portal UOl

Influências da criação na orientação sexual

UOL: A ideia da pauta surgiu após a declaração de um participante do BBB (Adrilles) declarar que tem um comportamento que não é gay, mas tem sequelas por ter sido criado por sua avó.

Um homem criado por mulheres pode ser mais feminino por conta disso?

Um homem pode demonstrar algumas atitudes e comportamentos que a sociedade considera feminino, independente de sua orientação sexual, por uma série de razões. Ele pode ter adquirido hábitos devido ao convívio com pessoas que tenham estes comportamentos, sejam estas pessoas mulheres ou homens, mas isso não garante que todo homem criado por mulheres irá adquirir hábitos tipicamente femininos. Mas também encontramos homens, com orientação heterossexual, criados por pais e mães sem nenhuma característica mais marcante em seu comportamento mas que manifestam o que a sociedade chama de comportamento feminino. Talvez seja uma pessoa que considera a delicadeza algo que deva ser nutrido e assim suas atitudes são diferentes da maioria dos homens. Isso não seria nem bom nem ruim, são apenas características.

O que eu vejo nas pessoas é um certo medo de que seus filhos se “tornem” homossexuais devido o convívio com mulheres ou com outros homossexuais, mas não é isto que define a sexualidade de alguém.

Qual a influência que a criação pode ter na personalidade de uma pessoa?

Os pais exercem influencia mas orientação sexual não se trata de personalidade. Há muita teoria envolvida quando falamos da origem da orientação sexual. Talvez a influencia dos pais, ou de qualquer pessoa significativa na formação de uma criança – avós, tios, professores, grandes amigos, etc. – seja em termos comportamentais como por exemplo maior ou menor delicadeza no trato interpessoal, mas estes não são comportamentos que definem sexualidade apesar de haver esta confusão no senso comum.

Até que momento da vida se verifica a influência? Em qual momento ela é mais forte?

A influência em características de personalidade como, por exemplo, introversão ou extroversão, agressividade, ou seja comportamentos que não estão ligados à sexualidade pois como eu disse orientação sexual não é definida pelo meio, podem ser mais fortes nas etapas de formação, ou seja na primeira infância, mas somos influenciados por outras pessoas, e quanto mais significativas estas pessoas forem maior a influencia, durante a vida toda.

Nossa personalidade é resultado de quê?

Personalidade e não orientação sexual, é resultado em parte da genética, parte do meio - ou seja influencia das pessoas que nos rodeiam, e parte seria característica de cada um, independente de ter recebido geneticamente dos pais ou de ter aprendido com alguém.

Qual a importância da figura masculina no desenvolvimento dos filhos?

É importante que a criança aprenda que há gêneros diferentes, que há homens, mulheres e também há gays e devemos respeitar todos pois tudo faz parte da natureza humana.

A presença de homens, mulheres e gays na criação de uma criança oferece oportunidade de tomar contato com todas as particularidades de cada um.

Em famílias onde há um pai e uma mãe (um de cada sexo) os pais costumam separar as responsabilidades, o pai costuma, mas não é regra, ensinar comportamentos que envolve competitividade assim como nos esportes, auto defesa, e ações praticas como por exemplo resolver algum probleminha em casa. Mas há mães que cumprem perfeitamente esta parcela da formação da criança como também há pais que cumprem o que normalmente se espera das mães.

Mesmo crianças criadas só por uma mãe, ou por duas mães, tem chance de reconhecer figuras masculinas em seu meio. Um tio ou um amigo podem oferecer oportunidade no aprendizado de que há gêneros diferentes, talvez com características diferentes.

Existe alguma influência na forma como o filho/a vai se relacionar amorosa e sexualmente no futuro? Por exemplo, se mulher foi criada por um pai mais repressor ou o homem foi criado por uma mãe muito possessiva, isso pode gerar problemas no futuro? Há um ponto positivo, talvez maior compreensão do sexo oposto?

Uma pessoa, pode ser homem ou mulher, que foi criada de forma muito repressora, pode ser pelo pai ou pela mãe, pode ser (mas não é determinante) que haja sequelas em seus relacionamentos futuros, pode haver comprometimento no relacionamento com amigos, com chefias ou relacionamento amorosos. Mas note que estas sequelas dependem de cada um, por exemplo uma pessoa que foi criada por pais repressores pode se tornar muito amável justamente por ter tido esta experiência e decidiu que não quer repetir o que seus pais fizeram. Quando não há oportunidade de elaboração é possível que pais repressores ou possessivos influenciem negativamente a forma como esta pessoa lidará com seus relacionamentos futuros. Para casos onde não se consegue elaborar sozinho recomendo a ajuda de um psicólogo.

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Tópicos

Como lidar com filho gay - Como receber a noticia de que o filho é gay

Creio que a informação é a melhor amiga, saber do que se trata a homossexualidade pode ajudar na aceitação da realidade, saber que a homossexualidade faz parte de como o filho é pode ajudar. Caso os pais percebam que precisam de ajuda para se adaptarem a uma informação que não era esperada, ou precisem de ajuda para desenvolver assertividade para lidar com amigos e familiares que talvez apresentem resistência ao fato de terem um membro homossexual, um psicologo pode ser procurado.

Sou homossexual? Como saber se sou gay?

Normalmente o indicador seria percepção de atração por pessoas do mesmo sexo, mas pode haver uma série de indicadores.

Expulso de casa por ser gay

Infelizmente ainda existem famílias com tanta dificuldade em lidar com um assunto, que já poderia ser entendido como normal há muito tempo, que tomam atitudes que podem comprometer a vida como um todo de uma pessoa.

Você é gay? Como responder?

Muitos são pegos de surpresa com perguntas de amigos, colegas de trabalho e família. Acredito que esta pergunta demostra curiosidade e vontade se saber mais a seu respeito, e como toda curiosidade você tem o direito de responder ou não. Mas talvez, esta pergunta venha com um viés de condenação, neste caso você também tem todo o direito de oferecer ou não informações.

Como deixar de ser gay? Não quero ser gay

Em minha experiência eu vejo que as pessoas que sentem necessidade em buscar meios de mudar sua orientação sexual, coisa que não é possível, o fazem para satisfazer um grupo ao seu redor que condena a homossexualidade. Não vejo como possível que alguém queira mudar uma característica que faz parte de si, sem que haja pressão devido à cultura, religião ou seja lá o que for que o faça se sentir mal consigo mesmo.

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.