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Guarda compartilhada

A nova lei quer colocar a guarda compartilhada como a primeira opção para casais que não entram em acordo.

Psicologo para guarda compartilhadaEntrevista cedida para Folha de São Paulo

Guarda compartilhada

A nova lei quer colocar a guarda compartilhada como a primeira opção para casais que não entram em acordo. Isso pode dar certo?

Creio que esta pode ser uma forma de dizer aos pais “se vocês não se entendem pelo menos aprendam a entrar em acordo na questão mais importante da vida de vocês que é o filho”.

Acredito sim que possa dar certo pois entendo que se uma das partes se mostrar incapaz, incoerente ou inapta para tomar decisões referentes ao filho (e estas informações forem provadas) o próprio juiz não decidirá pela guarda compartilhada.

Quais os benefícios e prejuízos para as crianças nesses casos?

Os benefícios estão na possibilidade do filho perceber que tem duas pessoas, as mais importantes da vida dele, que zelam por ele. Outro ponto importante pode ser o de impedir que a guarda sirva como vingança em casos onde uma das partes deseja mais o sofrimento do outro do que o convívio com o filho. Os prejuízos ocorrerão apenas se estes pais não conseguirem manter a conversação de forma harmoniosa quando estiverem diante da criança ou não conseguirem decidir pelo que realmente for melhor para criança.

Isso evita a alienação parental?

Talvez, pois por mais que a parte (pai ou mãe) que tenha ficado com a guarda da criança seja sensata é sempre possível que alguém dê a entender que a outra parte apenas paga as contas e não sente amor pela criança. Pode ser muito importante para a criança perceber a presença e cuidados de ambas as partes, isto pode afetar todo o desenvolvimento emocional desta criança.

Como pode dar certo se o casal nem conversa direito?

Esta é uma oportunidade para este casal separar o quanto está insatisfeito com o outro enquanto marido ou esposa e colocar em outro “compartimento” tudo o que foi dito de um para o outro e focar apenas no quanto o outro colabora enquanto pai ou mãe desta criança. No caso de uma das partes se mostrar danosa para o convívio com a criança considero importante levar o caso para justiça para que se reverta a decisão da guarda compartilhada.

A criança precisa ter uma casa de referência onde vai passar mais tempo ou tudo bem?

Cada criança mostra sua necessidade e capacidade de adaptação. Acredito que a principio seja favorável que a criança sinta que tenha “a sua casa” e que a outra casa seja o lugar onde ela é também muito bem vinda, independente de qual delas seja o lugar onde fica mais tempo.

Dá para aplicar a guarda compartilhada a partir de que idade?

A aguarda compartilhada pode ser aplicada em qualquer idade contanto que a criança não dependa de uma das partes de forma especial como por exemplo a amamentação. Quando falamos de criança nunca há idade pre determinada, um psicólogo pode ser consultado para avaliar o amadurecimento e a necessidade de maior convívio com uma das partes.

E se a criança não quiser ir como uma das partes?

Um psicólogo pode ser consultado para avaliar o porque desta recusa, ele pode identificar uma enormidade de motivos, como por exemplo a autodefesa em caso de pais abusadores até a defesa de um dos pais por considerar que ficará triste caso ele vá com o outro. 

Agende sua consulta >> Ligue no (11) 3262-0621 ou clique aqui

Guarda compartilhadaEntrevista cedida para o site Baby Center Brasil

Guarda compartilhada

Quando a criança está com o pai, a mãe pode ligar para saber como o filho está? É saudável para a criança ou a mãe deve respeitar o tempo com o pai?

Sou a favor da harmonia e equilíbrio. Não vamos dizer que seja proibido ligar, talvez o pai precise ser lembrado de ministrar uma medicação, pode ser que a mãe esteja em processo de adaptação e precise ouvir seu filho. Em doses equilibradas a criança perceberá este comportamento da mãe como um cuidado a mais que ela está oferecendo. Mas em doses exageradas a criança pode interpretar como falta de confiança desta mãe e assim a criança poderá imaginar-se incapaz de lidar com qualquer situação fora de casa.

Se a mãe não consegue se controlar talvez seja o momento de avaliar a procura por uma psicoterapia para entender e superar esta fragilidade.

Por outro lado o excesso de contato da mãe, no momento destinado ao pai, pode inflar conflitos desnecessários.

A mãe pode/deve ligar para o ex-marido para reclamar de alguma coisa ou não? (o pai deu muito doce ou levou a criança para a praia sem avisar).

Já foi determinado pela justiça que toda guarda será conjunta, sendo assim toda decisão deve ser tomada em conjunto. Creio que os pais devam sim conversar e entrar em acordo em tudo que se refere à criança. Se o pai pretende levar a criança à praia é um direito da mãe saber onde o filho está, se a mãe não quer que o filho consuma doces deve conversar e combinar com o pai que alimentação será a mais indicada. Claro que deve-se tentar que toda esta conversa seja realizada da forma mais elegante possível.

Qual sua opinião sobre guarda compartilhada?

Percebo que pais separados tendem a usar seus filhos como forma de punição à outra parte. Acho que toda tentativa de separar a vida conjugal (que não deu certo) da vida dos filhos é muito útil. Também parece que fica muito mais fácil decidir tudo sozinha sem ter que conversar com o pai, mas uma vez que esta criança tem pai e mãe nada mais justo que seja criada segundo os valores dos dois.

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.