Skip to main content

Blog


Como prevenir um Surto Psicótico

 

Há uma diferença entre ser psicótico e ter um surto psicótico.¹

Há uma diferença entre ser psicótico e ter um surto psicótico.¹

A maioria das pessoas psicóticas nunca experimenta um surto de sua psicose. A vida apenas segue em frente, e não há um momento de colapso ou desintegração. No entanto, em alguns casos, a psicose irrompe, em geral de maneira apavorante e inicialmente catastrófica.¹ 

O desencadeamento do surto psicótico tende a passar por diversas etapas.¹ 

Em primeiro lugar, existe uma sensação de que as coisas mudaram. Ela pode ser descrita como uma vaga ideia de que tudo está errado, ou simplesmente diferente.¹ 

A pessoa não consegue determinar exatamente o que é. Talvez se sinta ansiosa, confusa ou intrigada. Vez por outra, pode haver uma sensação de alegria ou um contentamento inexplicável. Há uma impressão de significação no mundo a seu redor, como se, de algum modo, ela estivesse cônscia de que as coisas são significativas, mas não de uma forma definida.¹

A psiquiatria clássica forneceu descrições esplêndidas desses estados, mas, não raro, eles só são acessíveis à pessoa após um grande número de diálogos detalhados.¹ 

É possível que haja certo retraimento das relações sociais, talvez problemas para dormir ou algumas ideias hipocondríacas. A pessoa fica preocupada, em alguns casos se torna incapaz de se concentrar em seus interesses habituais.¹

Na fase inicial do desencadeamento do surto, a construção da realidade se desarticula. É como se surgisse um buraco no mundo, objetos e seus significados sofrem uma transformação.¹

Pode-se discutir como se prevenir um segundo surto sicótico, mas não o primeiro, segundo consenso de especialistas de saúde mental.²

A concentração de esforços na detecção e intervenção precoces em adolescentes e jovens adultos que vivenciem o primeiro surto psicótico ou se encontrem na iminência vivenciá-lo ajudou a criar um programa de intervenção precoce para a psicose com uma abordagem terapêutica disponível em diversos países da América, Europa e Ásia.² 

A principal estratégia de tratamento deste programa preventivo consiste na combinação de doses reduzidas de medicamentos e terapia cognitivo-comportamental adaptada para a intervenção precoce.²  

Entre os riscos discutidos, se destacam a possibilidade de falsos positivos e a falta de informações seguras acerca das melhores opções de tratamento ou intervenção a serem oferecidas a essa população.² 

Além disso, alguns  artigos citam pesquisas recentes as quais sugerem que a presença de sintomas  psicóticos atenuados é mais frequente na população em geral do que se supunha, e  questionam a possibilidade de que um diagnóstico tão refinado possa ser fácil e seguramente  difundido em contextos de atenção menos especializados como, por exemplo, entre os profissionais da atenção primária de saúde.² 

Deste modo, a recomendação é para que tanto a pessoa que experimenta sensações de desconstrução, e forte mudança de sentido “do mundo”- assim como pessoas próximas que notem alterações no comportamento da pessoa que está experimentando o início do surto-, que procure ajuda de um(a) especialista, um(a) psicólogo(a), para orientação e apoio.

 Marisa de Abreu

Psicóloga

CRP 06/29493

Agende sua consulta >> Ligue no (11) 3262-0621 ou clique aqui

1 LEADER, Darian. What is madness?. Penguin UK, 2011.

2 FREITAS-SILVA, Luna Rodrigues; ORTEGA, Francisco. Intervenção precoce na psicose: de estratégia clínica a possível categoria diagnóstica. Psicologia em Estudo, v. 19, n. 4, p. 729-739, 2014. 

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.