A dependência química é uma doença crônica causada pelos efeitos de uma substância, e é atualmente considerada uma doença incurável mas tratável.¹

A dependência química é uma doença crônica causada pelos efeitos de uma substância, e é atualmente considerada uma doença incurável mas tratável.¹

É preciso ter atenção para não valorizarmos nem estigmatizarmos o consumo de substâncias psicoativas, examinando-o sempre na perspectiva do contexto social e individual no qual ele ocorre.¹

Por um lado, para que um tratamento seja possível, o dependente químico precisa ter a consciência de que é portador de uma doença crônica e, por conseguinte, da necessidade do tratamento.¹

Por outro lado, existe a dificuldade de responsabilizar moralmente o dependente químico por seus atos cometidos sob a influência de substância psicoativa, uma vez que ele é portador de uma doença crônica.¹

A adição é outro termo utilizado para designar o comportamento de alguém dependente químico, e é compreendida como uma relação de escravidão, logo, de exclusividade entre o sujeito e o objeto, seja este uma droga ou outro objeto qualquer. Assim, alguém que consome demasiadamente, por exemplo, comida, pode ser considerado um adicto.¹

O estresse e a dependência química mantêm um relacionamento próximo, devido às múltiplas rotas pelas quais eles direcionam o equilíbrio pessoal para hábitos e afastam a pessoa de tomar decisões.²

Da perspectiva de formação de hábito, o caminho para a dependência química envolve não uma motivação patológica para as drogas, mas uma mudança da busca por objetivos pelo hábito de consumo de drogas.²

A busca inicial de drogas é voluntária e reflete o valor hedônico da droga.² 

Após algum tempo de uso o que permanece é o hábito, o vício.²

Fenomenologicamente, a pessoa com dependência química não gosta mais da droga, mas a usa compulsivamente, muitas vezes apesar das intenções de parar.²

Tratamentos de dependência e intervenções para mudar os comportamentos do estilo de vida podem interromper com êxito hábitos indesejados e ajudar as pessoas a formar hábitos mais eficazes que atendam às suas metas para uma vida saudável e produtiva.²

A psicoterapia para tratamento de dependência química questionará possibilidades diagnósticas e ira traçar planos de cuidados e intervenções, pensando em hábitos, compulsões, tendo em mente a dimensão biopsicossocial que constitui o ser humano. 

Psicoterapias psicodinâmicas, ludoterapia, terapia cognitivo comportamental, psicodrama e outras teorias e técnicas fazem parte do arsenal do(a) profissional de psicologia que podem ajudar o(a) dependete químico(a).

A terapia auxilia quem sofre com a dependência química a explorar novos modos de vida, substituindo a(s) droga(s) que promovem uma doença, ou um hábito doentio, por atividades mais saudáveis que promovam plenitude e possibilitem que a pessoa se fortaleça para enfrentar desafios e encontrar prazeres menos autodestrutivos no seu cotidiano.

Marisa de Abreu

Psicóloga

CRP 06/29493

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1 SCHIMITH, Polyana Barbosa; MURTA, Geraldo Alberto Viana; QUEIROZ, Sávio Silveira de. Analysis of how the terms ‘chemical dependency,’‘toxicomania,’and ‘drug addiction’are used in Psychology in Brazil. Psicologia USP, v. 30, 2019.

2 WOOD, W., & Rünger, D. (2016). Psychology of Habit. Annual Review of Psychology, 67(1), 289–314. doi:10.1146/annurev-psych-122414-033417