Dizer não aos filhos
Os pais podem e devem dizer "não" aos filhos
Os pais podem e devem dizer "não" aos filhos
Saiba como nesta entrevista cedida pela psicóloga Margarida Luzia dos Santos Antunes Chagas CRP 06/83646 para o Nós Mulheres
- Como dizer não para os filhos?
Psicóloga: Existem várias formas, a primeira e mais simples, é simplesmente dizer não. As pessoas precisam interpretar o "dizer não" como um ato de amor e não o contrário, como muitas vezes acontece.
A criança que tem limites torna-se um adulto com capacidade de enfrentamento, com alto grau de tolerância a frustrações e, desta forma, é claro, uma pessoa mais feliz em seus diversos papeis. O "não" na hora certa proporciona o "sim" em grandes oportunidades.
- Como fazê-los entender que não pode certas atitudes?
Psicóloga: Além de conversas esclarecedoras, filhos precisam de exemplos, lembrem-se que na infância os pais são "super heróis" e crianças também aprendem por repetição de comportamento. Desta forma, uma criança que convive em ambiente ético, que é tratada com amor e respeito, certamente desenvolverá estas características.
- A partir de que idade já entende o 'não' dos pais?
Psicóloga: Desde muito pequenos, a princípio não entendem o significado da palavra, mas, reconhecem gestos e comportamentos de "não aprovação" pais.
Alguns estudos demonstram que a criança, até os 8 anos, costuma aprender apenas com o "sim", ou seja, acreditam que os pequenos desenvolvem as atitudes que foram valorizadas pelos pais. Neste caso, elogiar o certo, é o melhor caminho.
- Como estabelecer regras na educação do filho?
Psicóloga: Mais importante do que estabelecer as regras é ter disciplina e segui-las, ou seja, só conseguimos ensinar hábitos duradouros quando não abrimos exceção sempre que nos é necessário. Os filhos, pelo menos quando pequenos, costumam responder as nossas ações.
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Entrevista cedida ao portal UOL
Pais podem ser próximos da turma dos filhos, mas devem se lembrar de que não são seus amigos
Adolescência é uma fase complicada em que o adolescente passa por uma série de mudanças e busca seu espaço. Qual é o limite para que pais participem dos programas da turma do filho?
Psicóloga: O limite a ser observado é quando deixa de ocupar o papel de pai ou mãe neste programa e passam a se comportar como um adolescente também. Ou seja os pais podem e devem participar para ocuparem o papel de cuidadores e não de “mais um da turma” por mais que seja tentador voltar à adolescência.
O adolescente tende a confundir seus pais com um colega quando estão na mesma atividade, mas não são. Os pais ainda detém alguns poderes, como o poder econômico por exemplo, ou seja é ele que determina se o gasto naquele programa está dentro do orçamento.
O adolescente testa limites mais do que qualquer outra fase, pois ele está no limiar entre ser adulto e deixar de ser criança, ainda não sabe exatamente quais posturas e comportamentos são realmente típicos de um adulto e pode confundir exageros como por exemplo de bebidas alcoólicas ou tempo que poderá permanecer fora de casa com comportamento adulto. O adolescente vai “quebrar a cara” muitas vezes fazendo estes testes para identificar o que é legal ou não fazer. Os pais devem ser os orientadores, por mais que o adolescente conteste ele precisa de alguém que não passe pelas mesmas atividades exageradas e saiba identificar os limites.
O pai que não define seu papel de orientador e cuidador corre o risco de passar ridículo tendo as mesmas atitudes que um adolescente – por pura vontade de “curtir a vida” junto com o filho.
Quais são os erros mais comuns quando os pais interagem com a turma dos filhos? Em consultório, existe uma queixa recorrente dos adolescentes sobre a interferência dos pais nas amizades?
Psicóloga: Os erros mais comum são:
- Ter uma relação mais intima com o amigo do filho do que com o próprio filho.
- Buscar informações referente ao filho através de seu amigo
- Cumprir papel de “pai” do amigo do filho
- Usar o amigo do filho pra passar “recados” ou orientação ao próprio filho.
- Tentar dissolver a amizade deste amigo com seu filho falando coisas para este amigo e não para o próprio filho.
Muita gente conheceu o pai/mãe daquele amigo que é superlegal, faz sucesso na conversa com a turma porque tem uma cabeça mais jovem, moderna. Mas o amigo mesmo acha um saco que o pai tenha essa postura na frente dos amigos. Como dosar esse tipo de comportamento.
Psicóloga: O pai que percebe que está sendo visto pelos amigos do filho como alguém muito diferente sabe que está sendo alvo de comparação e ganhando em relação aos pais dos amigos do filho. Ele não pode deixar que esta “vitória” lhe suba a cabeça e não pode alimentar fantasias de que ele é um pai muito melhor do que os outros. O que ele deve fazer é deixar claro que sua postura é apenas uma de muitas válidas e que cada filho deve tentar ao máximo entender seus pais e perceber que mesmo cabeças menos modernas podem ter ideias muito validas e cheias de amor.
Em relação ao filho deste pai superlegal – Ele pode sentir que está perdendo seus amigos para seu pai. Todo adolescente precisa se sentir importante para seus amigos mas se o pai se mostra muito mais interessante este pai deixa de ser seu modelo para ser seu competidor e este filho passará a ter atitudes contrarias ás de seu pai. Este pai deixa de ser exemplo do que o filho gostaria de copiar e passa a ser exemplo do que não fazer.
Pais devem agir como pais e não como amigos dos filhos. Você concorda? Qual é o equilíbrio dessa relação?
Psicóloga: Sim. Amigos ele terá sempre, cada vez mais amigos e com diversas formas de lidar com a vida, mas pai e mãe só terá um de cada. Pai é orientador e formador e se ele não apresentar repertório válido para que este filho tenha referencias fortes em casa abrirá cada vez mais espaço para que informações perniciosas tomem conta do caráter deste filho. O pai é alguém que sente um amor que jamais um amigo poderá sentir e terá atitudes de proteção que jamais um amigo poderá ter. Não devemos desperdiçar a oportunidade de sermos pais.
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