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Espontaneidade

Eu questiono se a falta de espontaneidade seria característica dos dias de hoje. Creio que antigamente poderia haver mais regras em algumas sociedades, tais como vestimentas, formas de se dirigir às pessoas, etc.

Entrevista cedida Jornalista Rafael Tonon da revista Vital - Editora Abril

- SOMOS MENOS ESPONTÂNEOS NOS DIAS DE HOJE?

Psicologo: Eu questiono se a falta de espontaneidade seria característica dos dias de hoje. Creio que antigamente poderia haver mais regras em algumas sociedades, tais como vestimentas, formas de se dirigir às pessoas, etc. Creio que um número maior de regras possam reduzir a possibilidade da espontaneidade. Ser espontâneo pode ser visto como se incomodar o mínimo possível com a avaliação alheia a nosso respeito, ter o mínimo de preocupação se vamos ser rejeitados por conta de nossos valores e atitudes. Penso se quanto mais "somos nós mesmos" mais corremos o risco de ofendermos e magoarmos as pessoas.

Psicologo para tratar espontaneidade- MUITAS PESSOAS DIZEM QUE GOSTAM DE PLANEJAR SUAS ATIVIDADES E ROTINA PARA PODER UTILIZAR MELHOR SEU TEMPO. ISSO ACABA IMPEDINDO QUE ELAS ESTEJAM ABERTAS AO ESPONTÂNEO?

Psicologo: De certa forma o planejamento pode reduzir possibilidades de imprevistos, acasos, e também espontaneidade. Mas passar uma vida sem planejar nada, tendo apenas os objetivos finais pode te impedir de chegar a esse objetivo. Por exemplo, você sai de casa de manhã querendo ter um dia gostoso, mas não planeja absolutamente nada. Você corre o risco de andar o dia todo à toa e não encontrar uma atividade bacana. Mas se você planejar um passeio de bicicleta no parque por exemplo pode ser mais provável você voltar pra casa feliz com o dia que teve, principalmente se permitiu algumas alterações não planejadas.

- POR QUE O ELEMENTO SURPRESA PODE SER MAIS GRATIFICANTE DO QUE UM PRAZER PLANEJADO?

Psicologo: A surpresa foi favorecida pela nosso processo evolutivo. Pense bem, o homem primitivo tinha que saber lidar com a surpresa, senão perecia. As surpresas têm a ambivalência da própria vida, podem ser muito boas, mas também podem ser terríveis, e talvez se não aprendêssemos a desfrutar das graças das boas surpresas não suportaríamos as surpresas ruins. O que é ótimo, quem não gosta de receber uma flor do namorado quando menos esperava. Mas como toda moeda tem o outro lado às coisas deixam de ser surpresa rapidamente (senão não teria este nome), e uma flor do namorado toda semana pode perder a graça, e o pior poderia acabar sendo cobrada quando não vier. 

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Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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