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Mulher moderna Mulher andrógina

O banquete, de Platão, fala sobre criaturas que possuíam quatro pernas, quatro braços, duas cabeças com faces opostas e os dois sexos. Elas eram chamadas de Andróginos.

 Entrevista cedida pela psicóloga Yasmim Spaolonzi Daibs CRP 06/102878 para Juliana Falcão - MBPress

O banquete, de Platão, fala sobre criaturas que possuíam quatro pernas, quatro braços, duas cabeças com faces opostas e os dois sexos. Elas eram chamadas de Andróginos. Estes seres, por terem poder e força sobre-humanos, se tornaram muito orgulhosos e decidiram iniciar uma escalada ao céu. Zeus, irritado com tamanha ousadia, decidiu cortar as criaturas ao meio, condenando uma metade a buscar a outra (Platão, 1991). Atualmente, a expressão “mulher andrógina” é usada para designar a mulher moderna, que deseja se casar e ter filhos, mas não se importa por ser responsável pelas finanças da casa e ocupar cargos de liderança, atitudes consideradas masculinas há poucos anos.

Psicologo para tratar mulher O termo não deve remeter a uma mulher que apresente um comportamento sexual ambíguo, mas sim, que tenha características antes mais comuns ao sexo oposto. Está em jogo, então, a mudança de papel social entre homens e mulheres, que causou uma diminuição de diferença entre os gêneros.

No início do século XIX, por exemplo, as mulheres que se casavam depois dos trinta anos eram vistas com certo preconceito. Além disso, muitas profissões não eram abertas para elas. Sendo assim, como sobreviveria uma mulher solteira, depois que seu pai e irmãos não estivessem mais vivos? Sobravam-lhes as atividades desvalorizadas e mal vistas.

Mesmo que incomum, em meio a esta situação, era possível encontrar alguns grupos de manifestantes femininas, que se valiam de toda sua força para protestar contra sua situação nas diversas esferas sociais (Calil, 2007).

Atualmente, o que antes era considerado um ato de rebeldia e revolta, passou a ser uma atitude comum e até mesmo esperada. Exigir melhores condições de trabalho e papéis sociais semelhantes aos dos homens não é mais atitude de uma minoria, mas sim de grande parte das mulheres.

No campo profissional, essas características permitiram que as mulheres passassem a ocupar cargos de liderança, uma vez que deixaram de ser vistas como “sexo frágil” ou “Amélia”, e puderam mostrar sua capacidade profissional, sem, no entanto, perder sua feminilidade.

Além da vida profissional, outra área em que a mudança de papel social foi bastante evidente, é a afetiva. Com a chegada da pílula anticoncepcional, o sexo deixou de ser visto apenas como meio de reprodução e ganhou a possibilidade de ter como foco, também para a mulher, unicamente o prazer. Esta mudança, somada a todo o contexto histórico, tornou comum entre as mulheres o sexo fora dos relacionamentos, casual. Desta forma, as atitudes de ambos os sexos diante do assunto se tornaram muito semelhantes. É comum escutar homens comentando que hoje as mulheres tomam a iniciativa da mesma forma que eles, sendo consideradas, por vezes, vulgares (Goldenberg & Toscano, 1992).

Diante de todas estas mudanças, as prioridades da mulher também se alteraram. Se há algumas décadas o esperado era casamento e filhos em torno dos vinte anos de idade, hoje, estes planos foram adiados. Passaram a ser mais urgentes a ascensão profissional, a aquisição de bens e a estabilidade econômica e podemos ver cada vez mais a incidência de gravidez tardia ou até mesmo o número crescente de casais que não desejam ter filhos, por acreditar que teriam que abrir mão de seus desejos e vontades, pelos desejos e vontades dos filhos.

CALIL, L. E. S. Direito do trabalho da mulher: A questão da igualdade jurídica ante a desigualdade fática. São Paulo: LTR, 2007.

GOLDENBERG, M. & TOSCANO, M. A Revolução das Mulheres. Rio de Janeiro: Revan, 1992.

PLATÃO. O banquete. Lisboa: Edições 70, 1991.

Agende sua consulta >> Ligue no (11) 3262-0621 ou clique aqui

Entrevista cedida para o Vila Mulher – Portal Terra

Roupa sexy não autoriza avanços masculinos

- Depois que Gerald Thomaz tentou levantar o vestido de Nicole, as redes sociais se movimentaram. Mulheres julgavam a Nicole e mulheres defendiam a questão de que um vestido curto não dá ao homem o direito de se apropriar da mulher. O que você acha disso? Dá para dizer quem está certo?

Há quem diga que um vestido curto é um “pedido de avanço” por parte dos homens. Será? O tal vestido curto pode muito bem ser apenas o gosto pessoal desta pessoa. Já houve épocas quando mostrar os tornozelos era um escândalo tal qual os vestidos curtos de hoje. Mas vamos considerar que a moça “pediu para que lhe levantassem o vestido” declaradamente. Será que ainda assim ele teria o direito de faze-lo?

Será que a sociedade deve isentar de culpa uma pessoa que atendeu à solicitação explicita que pratiquem atos descabidos? Não. Claro que não.

Para as pessoas que dizem que o autor deste comportamento pode ser isentado de culpa , ou de punição, caso a vitima tenha solicitado tal ato eu peço para pensarem em situações similares, por exemplo, caso uma pessoa tenho solicitado à outra que pegue um revolver e atire para mata-la – alguém considera que o criminoso desse ser isentado pois a vitima pediu por isso? Claro que não.

Já ouvi alguns falando sobre aquele caso onde pessoas que estupraram menores e acham que não deveriam ser punidas pois estas menores estavam se prostituindo. Isso é um absurdo. Quando alguém erra sobre o que faz consigo mesmo não abre o direito para que outros errem quanto ao que fazem com estas pessoas.

-Você não acha que essa questão é cultural e tem relação com a moda (quem se veste como a Glória Pires, em Guerra dos Sexos, é uma mulher clássica e quem se veste como a Isis Valverde, de Avenida Brasil, é periguete?

Claro que através da roupa cada pessoa passa varias informações sobre seus modo de pensar. Mas nem sempre quem se veste de forma audaciosa é periguete, nada a impede de ser uma pessoa com ótima moral mas gosta de ousar.

- Como você relacionaria essa questão cultural com o livre arbítrio? Ela tem relação concreta aqui no Brasil?

A cultura não impõe, a menos que a própria pessoa se sinta acuada a não seguir o que todos estão fazendo.

- Na internet a indignação está no fato de ninguém ter feito nada. As pessoas pensaram “isso é normal” ou “não é comigo, não to nem aí”, ou ainda “ela pediu, olha os trajes dela”?

Tem a ver com a mesma falta a ação quando vemos um mendigo na rua. Atos assim estão se banalizando.

- Lembrando da marcha das vadias, esse assunto já vem sendo discutido há algum tempo. Em que pé você acha que está a luta pela igualdade, pelo respeito à mulher?

Infelizmente mais vagarosa do que eu gostaria e acreditaria que estaria. 

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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