Psicoterapia - vida profissional
Muitos procuram terapia para resolver questões relacionadas ao trabalho e vida profissional.
Algumas queixas relacionadas à vida profissional:
- “Não consigo falar com meu chefe, ele me dá medo”.
- “Meus colegas de trabalho são uns sacanas, não consigo nem olhar pra cada deles”.
- “Não consigo participar nas reuniões, eu travo, acho que tudo o que tenha a dizer é besteira, até alguém abrir a boca e falar exatamente o que eu estava pensando”.
- “Não trabalho no que gosto, não suporto fazer o que faço, me arrasto o dia todo olhando no relógio pra ver quando o dia vai acabar”.
- “Quero me sentir realizado no trabalho mas não consigo achar algo que me faça feliz”.
- “Não consigo ganhar dinheiro com meu trabalho, estudo e me dedico muito, mas ainda ganho muito pouco”.
É possível resolver questões relativas ao trabalho e vida profissional com psicoterapia?
Acredito que sim, porque você é o que você é, onde quer que você vá. Quando você vai ao trabalho você leva sua cabeça junto, seu comportamento, sua personalidade, suas angustias, medos , mágoas, traumas, dificuldades, tudo vai ao seu trabalho contigo e influencia sua vida profissional da mesma forma que influencia sua vida pessoal, social e familiar.
Uma vida profissional não satisfeita, não vivida plenamente pode induzir a depressão e ansiedade.
O que é trabalho?
Trabalho é o que você faz para receber recursos de forma custear todos os aspectos de sua vida como moradia, alimentação, saúde, estudos, lazer, etc. O trabalho pode ser algo que você “agüenta” de forma que consiga realizar os outros aspectos ou pode ser algo também prazeroso.
Seu “plano A” pode ser, e você merece, que seja um trabalho que você adore fazer, saiba fazer e que te remunere muito bem. Nem sempre o que você adora fazer é o que você sabe fazer e, por isso não realiza de forma tão eficiente. Este é um ideal tão elevado que talvez pouquíssimos privilegiados conseguem. Trabalhar no que gosta, realizar de forma primorosa e ainda ser muito bem remunerado é uma benção. Muitas vezes somos muito eficazes e eficientes em tarefas nas quais não temos a menos afinidade. Outras vezes adoramos realizar uma atividade, mas ninguém te paga para que você a realize. Algumas vezes percebemos que temos possibilidade de ganhar dinheiro em tarefas onde não nos identificamos. Esta é a realidade e aceitá-la pode ser o “ponta pé inicial”.
O que te faz gostar ou não do trabalho que tem
Normalmente gostamos das coisas que valorizamos. Tem gente que acha que existe trabalho digno e trabalho indigno. Esse pode ser um grande erro, porque se você achar que o que você está fazendo não é digno, talvez não se realize e nem ganhe dinheiro com esse trabalho. Quem é que nunca ouviu “quem não estuda vira lixeiro!” Viu, você acaba de aprender que existe trabalho menor, indigno. Pode ser que não acabe não gostando de fazer nada que lembre esta tarefa.
Se você acha que pintar parede não é grande coisa, você poderá ser um pintor medíocre com ganhos medíocres. O pintor que pintou minha casa não pensava assim. Confesso que foi um trabalho bem feito, dava pra ver que ele se realizava na profissão, chegava de manhã com gosto, feliz. Você pode até me dizer que pintor não é profissão, ser pintor é o que a pessoa faz depois que viu que nada mais dava certo pra ele. Será? Alguém pode pensar que ele quer ser pintor porque é tão simples, tão humilde que nem sabe do que gosta. Mas apesar de uma pessoa simples ele pode estar tão realizado, se sentindo bem e ganhando mais dinheiro que muita gente “não tão simples”.
Não consegue achar um trabalho que te realize?
Pense na possibilidade de estar considerando o trabalho um fardo. Acredito que enquanto você ver o trabalho como uma coisa penosa, ao qual você é obrigado a fazer, pode se difícil gostar de trabalhar. Mas veja que ironia passar a maior parte do seu dia no trabalho.
A origem da palavra trabalho é Tripalium, que em latim significa um instrumento de tortura, eram três paus que serviam para ser colocado no pescoço das pessoas. Dá pra gostar de uma coisa que até o nome origina de maus tratos?
Desde os romanos antigos, o trabalho podia ter uma conotação negativa. A pessoa que tinha escravos era chamada de “nobre”, portanto trabalho era visto como uma coisa menor, inferior.
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Influencia da religião no trabalho
O primeiro castigo que Adão e Eva receberam: ela terá dores no parto por ter desobedecido e ele o trabalho. Trabalho é castigo? Como dá pra se gostar de uma coisa que é usada como castigo. Até hoje existem mães que colocam o filho arrumando o quarto como castigo. De castigo as pessoas costumam fugir.
Nosso país já foi reconhecido como a terra do empreendedorismo. O que é isso? É aquela vocação bacana para sermos empresários, sermos donos do negocio. “Não vou ser mais empregado de ninguém, vou abrir minha portinha e ser feliz”. Mas alguns podem descobrir que abrir sua portinha significa ter uma prisão 24 horas por dia, 7 dias na semana, 365 dias por ano. Você lembra que quando era funcionário você ia para casa a noite e, esquecia que existia empresa, pois descansava, podia desligar. Mas agora não dá pra desligar, pois a empresa é sua. Portanto ser dono do seu próprio negócio pode não ser garantia de felicidade.
As dificuldades da nova vida do aposentado
Também já atendi a muita gente que veio pra clinica trabalhar o sofrimento de parar de trabalhar. Gente que fez planos a vida inteira com relação a como levaria a vida, o que faria quando aposentasse, mas quando chega esse momento percebe como é difícil fazer essa transição.
Por quê? Porque a pessoa pode confundir o não depender mais daquele ganho mensal com parar de trabalhar. Ela acha que ao se aposentar não realizará mais nenhum trabalho. Mas pode-se pensar em formas de não parar de produzir, de realizar . Na aposentadoria você pode mudar de atividade, pode mudar o local de trabalho e com o que você vai se realizar. A aposentadoria te possibilita de fazer coisas em casa, pode ser voluntário, pode cuidar dos netos, pode se dedicar aos seus hobies, você pode ESCOLHER o trabalho que vai ter.
Adoro trabalhar com X mas, isso não dá dinheiro
Uma questão mais complicada ainda é “gosto muito de fazer tal coisa, adoro fazer a tal coisa, mas o resultado desse trabalho não tem aceitação, ninguém se interessa em adquirir esse trabalho que faço e não me pagam por ele”. Uma coisa é vocação e outra é habilidade. Você pode fazer uma coisa muito bem feita e odiar fazer essa coisa, como pode adorar fazer outra e não conseguir fazer bem feito.
De toda forma, um ponto importante em relação ao trabalho é você conseguir SE VER no seu trabalho, deixar uma parte de você naquilo que você fez.
Já diz nosso filosofo Cortella “eu crio a mim mesmo a medida que crio no mundo”. Voltar para casa a noite, sair do seu local trabalho é deixar naquele lugar a sua marca, é deixar um pouco de você lá. Você vai deixar um pouco de você no escritório onde você está agora, nessa loja onde você vai atender clientes, etc.
Pense, o que você gostaria de deixar hoje em seu trabalho? Que marca você quer deixar? Como você quer ser lembrado pelo seu trabalho de hoje, vamos começar por hoje. Que resultado você quer ver hoje em seu trabalho?
Esse é o ponto - gostar de trabalho e não de apenas um trabalho específico - é gostar do resultado de suas ações. Quando alguém se estresse no trabalho é porque não está conseguindo perceber resultados interessantes em seu trabalho, talvez não esteja sendo reconhecido. Mas, mais importante do que seu chefe te reconhecer é você , em primeiro lugar, se reconhecer.
Estresse é o mesmo que cansaço?
Os estudiosos do estresse diferenciam muito bem estresse de cansaço. Estar cansado não é a mesma coisa que estar estressada. Lembre da sua ultima maratona no shopping, andou quilômetros, escolheu a cor da blusa que podia combinar com aquela calça, voltou não sei quantas vezes para mesma loja para ter certeza que ia comprar aquilo mesmo, e depois de toda essa maratona chega em casa morta, e feliz! Tá estressada? Não. Tá cansada. Se você volta estressado do trabalho, dia após dia, é porque talvez não esteja se sentindo realizado. Talvez não esteja se vendo em seu trabalho, não viu que ao sair do trabalho deixou lá uma parte boa sua uma parte a qual você sente orgulho.
Síndrome de Rocky Balboa
E já que mencionei o filósofo Cortella, vou comentar outro conceito dele que é a síndrome de Rocky Balboa. Quem é que não assistiu o filme Rocky ? O filme começa com o lutador perdendo feio, apanha feito um condenado. Mas aí ele vai para o treino, toca aquela musiquinha com ele correndo nas ruas, pulando corda, e DOIS MINUTOS depois ele vence uma luta. Essa é a síndrome, a falta de paciência para preparo.
Este texto foi escrito baseado em minhas experiência pessoais.
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