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Reatar relacionamento

Para que o relacionamento possa dar certo depois de uma interrupção o casal pode ter em mente que eles não estarão apenas dando continuidade de onde pararam, mas estarão reiniciando um relacionamento.

Entrevista cedida para o site DaquiDali.

Psicologo para reatar relacionamentoDepois de uma separação, caso haja desejo de reatar o relacionamento, qual postura o casal deve adotar entre si? Como fazer isso de forma saudável?

Psicóloga: Para que o relacionamento possa dar certo depois de uma interrupção o casal pode ter em mente que eles não estarão apenas dando continuidade de onde pararam, mas estarão reiniciando um relacionamento. O relacionamento antigo pode ter sido contaminado por palavras ditas sem pensar, coisas que em outras situações ficariam trancadas dentro das bocas e das mentes de cada um. Por exemplo, por mais que você odeie a mãe de seu (sua) parceira pode ter sido muito discreto quanto a isso até precisar de argumentos para ferir ou mobilizar a outra pessoa, independente desta mãe participar do motivo do rompimento. Ao reatar um relacionamento tudo isso pode não ter sido esquecido. Por isso pode ser importante:

- Estabelecer quais temas serão encerrados e quais ainda há necessidade de conversar a respeito.

- Combinar que ao tratar de qualquer assunto que se relacione ao rompimento preferencialmente faze-lo de cabeça fria, nunca iniciar uma conversa quando estressado, cansado pelo trabalho ou ocupado com outras coisas.

- Não misturar assuntos, por exemplo o fato dela deixar roupa no chão não tem nada a ver com o fato de ter havido uma traição.

- Não culpar o outro por seus erros. Por exemplo dizer que fez algo escondido porque o outro não sabe ouvir.

Caso tenha sido por motivo de traição, é possível perdoar?

Psicóloga: Vingança ou perdão, esta pode ser uma questão. O sentimento de necessidade de vingança pode ocorrer em algumas pessoas. Muitas vezes a pessoa quer reatar apenas para poder ser a pessoa a romper na próxima semana, ou pode querer reatar para ter oportunidade de prejudicar quem o traiu.

Considero possível o perdão, talvez seja necessário alguma elaboração, algum auto conhecimento ou talvez mais informação a respeito dos sentimentos do parceiro. Vamos entender que perdoar jamais significa fazer de conta que nada aconteceu e nem dizer que “não foi nada”. Na verdade perdoar é o ato de combinar consigo mesmo que aquele assunto não o mobilizará mais, não o atormentará com pensamentos recorrentes. Muitas vezes a pessoa precisa de um psicólogo para que no processo de psicoterapia ele consiga superar e chegar a este estado de convivência com a traição.

Comunicar à família, os amigos ou até mesmo os colegas de trabalho?

Psicóloga: Eu acredito que qualquer outra pessoa precisa pouca explicação ou talvez nenhuma. Um comunicado simples pode ser o necessário, sem justificar demais porque romperam ou porque voltaram. Acredito que as pessoas que merecem mais atenção seriam os filhos do casal, se houver. Estas crianças merecem que tirem um bom tempo, com muita calma, para explicar por exemplo que estão juntos novamente e que farão de tudo para que a família seja a mais feliz possível. Pode ser interessante tirar todas as duvidas das crianças, deixa-las falar e expressar seus sentimentos.

Há casos de julgamento pelos mais próximos?

Psicóloga: Quando o casal se sentir julgado pode ser assertivo e talvez deixar claro, se este for o pensamento, que não aceita os julgamentos e que a amizade não será afetada nem pelo rompimento nem pela volta de seu relacionamento.

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O relacionamento poderá ser estável, ou terá dificuldades?

Psicóloga: Mesmo sendo um relacionamento que se reinicia poderá não ser o mesmo que um novo relacionamento iniciado com alguém que você acabou de conhecer. Caso haja vantagem de iniciar algo do zero seria a expectativa positiva, a fantasia que muitas vezes não corresponde a realidade, mas ajuda a empolgação em relação ao novo. Reiniciar algo com uma pessoa de quem os defeitos já são conhecidos é outra história. Poderá haver dificuldades, memórias que insistem em voltar, e desconfianças por exemplo. Mas poderá sim ser estável e conhecer os defeitos do outro poderá oferecer oportunidade de aprender a lidar com eles.

As pessoas mudam? É possível evoluir depois da separação e melhorar o convívio?

Psicóloga: Toda experiência trás conhecimento, mas depende de cada um usar este conhecimento para seu crescimento pessoal ou se jogar na cama se lamentando pelo quanto sofreu.

Há alguma circunstância na qual o casal não deve, de maneira nenhuma, reatar?

Psicóloga: Talvez as situações onde uma das partes pode reavaliar a possibilidade de não voltar seriam as injustas, quando está claro que uma das partes quer reatar apenas para sua própria conveniência e não pelo bem do casal. Por exemplo, uma parte quer reatar porque precisa financeiramente do outro; quer reatar para não dividir bens; quer reatar pois a outra pessoa com quem tentou um relacionamento também foi embora e ele não sabe ficar sozinho; quer reatar porque seu cargo estará mais seguro pois trabalha em uma empresa que exige a situação do casamento; quer reatar porque percebeu que sendo funcionário(a) do sogro perderá também o emprego. Etc.

Há mais algum ponto para abortar sobre essa questão que você acha importante?

Psicóloga: Considero importante avaliar muito bem antes de romper um relacionamento, muita coisa pode ter sido construída e não se deve esquecer os motivos que iniciaram este relacionamento. Não se deve usar o rompimento como arma para manipulação do outro “se você não fizer ..x.. não quero mais saber de você”. Pode-se não perceber, mas a cada rompimento há uma cicatriz, com a qual pode-se conviver mas preferimos não tê-las. O caminho seria tentar que se entendam enquanto há um relacionamento em andamento, usar estes momentos de descontentamento para auto questionamento: O que está errado? Qual minha parcela de contribuição? O que posso fazer para manter o que está bom e interromper o que está ruim?

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Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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