Um pensamento pode preocupar uma pessoa constantemente por um período de tempo e nem por isso essa pessoa será paranoica. O lugar que um comportamento, ou afeto ocupa em sua vida faz diferença. Alguém pode pode ter uma fobia ou um distúrbio alimentar, e não ser tomado(a) por esses fenômenos¹.

Não faria sentido dizer que uma pessoa que está fazendo uma dieta específica para emagrecer- imaginando com isso aumentar suas chances de ganhar um concurso de beleza, por exemplo-, esteja sofrendo de anorexia.

Tratar todos os casos que exibem comportamentos similares- aqui ligados a recusa de alimentos- seria imprudente. O sistema anterior ao DSM (Manual Diagnóstico e estatístico de transtornos mentais ) veria a anorexia como sintoma de uma categoria diagnóstica subjacente, e não como constitutivo, em si mesmo, de uma categoria¹.

Assim, a principal questão é do que fala aquele sintoma, ou sintomas, de anorexia?

Um estudo de 2006², realizado com participantes do Grupo de Assistência em Transtornos Alimentares (GRATA) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HC-FMRP-USP), encontrou pessoas com autoestima rebaixada, que sofriam de intensa distorção da imagem corporal e sentimentos de desesperança. Dados que confirmam a literatura especializada².

Dessa forma, acreditamos que as vantagens, entre outras, de se procurar um(a) psicólogo(a) seriam:

apoio profissional e especializado;

ajuda para responder à perguntas sobre anorexia e transtornos alimentares;

lugar seguro para se abrir e se fortalecer;

buscar compreender sua dinâmica pessoal e familiar e a relação destas com o alimento e o ato de comer.

Importante frisar que não há uma uma técnica superior a outra, existe um(a) profissional competente encarregado(a) de conduzir o processo terapêutico contigo. Ele(a) dirá quais as possibilidades e meios para se alcançar o objetivo; ou seja, de maneira geral, responder à questão: qual o papel da anorexia na minha vida?

Marisa de Abreu Alves

Psicóloga

CRP 06/29493

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1 LEADER, Darian. O que é loucura?: Delírio e sanidade na vida cotidiana. Zahar, 2013.

2 OLIVEIRA, Érika Arantes; SANTOS, Manoel Antônio. Perfil psicológico de pacientes com anorexia e bulimia nervosas: a ótica do psicodiagnóstico. Medicina (Ribeirao Preto. Online), v. 39, n. 3, p. 353-360, 2006.