Terapias para superar o Bullying!
Quando falamos de superação do bullying, inicialmente é preciso que as questões de relacionamento sejam abordadas em cada um de seus níveis, seja no nível individual, no nível da sala de aula / escola ou no nível social / cultural.
Quando falamos de superação do bullying, inicialmente é preciso que as questões de relacionamento sejam abordadas em cada um de seus níveis, seja no nível individual, no nível da sala de aula / escola ou no nível social / cultural.
Por exemplo, no nível individual, uma criança vitimizada pode ser temperamentalmente sensível e ter problemas para lidar com as emoções, e assim ficar facilmente angustiada; outra criança pode ter problemas para decodificar sinais sociais devido a uma deficiência de aprendizagem de comunicação não verbal, e muitas vezes não consegue dizer se os outros estão brincando ou não.
A criança temperamentalmente sensível pode precisar de ajuda para controlar as emoções, a fim de melhorar as interações entre os colegas e ser mais assertiva; a criança com a deficiência de aprendizagem pode precisar de ajuda para obter e usar habilidades sociais para responder a sugestões sociais.
A criança que intimida pode se tornar facilmente irritada e responder a ofensas percebidas retaliando e intimidando os outros. Essa criança pode precisar de ajuda para regular as emoções, a fim de controlar a raiva e tolerar sentimentos como mágoa ou decepção.
O relacionamento ou contexto interpessoal é crítico para o desenvolvimento e ajuste saudáveis e é a lente através da qual o bullying deve ser entendido e abordado.
No exemplo de uma criança ou jovem que ganha poder e autoestima através do bullying de outros, uma intervenção em qualquer nível que envergonhe esta criança ou jovem provavelmente vai contra os efeitos pretendidos e, inclusive, pode fomentar o próprio comportamento que se está tentando reduzir e eliminar.
É vital abordar o processo ou contexto de relacionamento no qual as estratégias e intervenções são oferecidas.
Mais especificamente um(a) psicólogo(a) pode ser chamado(a) para intervir no conflito, tanto com agressor quanto vítima.
Psicoterapias psicodinâmicas- que são aquelas baseadas nas teorias da psicanálise- bem como a própria psicanálise são chamadas ao enfrentamento deste fenômeno.
Uma terapia que tem destaque é a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC), por seu pragmatismo e metodologia que visa a alteração de atos, crenças e pensamentos, muitas vezes automáticos e automatizados.¹
Com foco no momento presente e questões pontuais voltadas a alteração de comportamentos prejudiciais a TCC é uma das mais citadas na literatura especializada no tratamento das sequelas e na intervenção do bullying.¹
Marisa de Abreu
Psicóloga
CRP 06/29493
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Referência:
MISHNA, Faye. Bullying: A guide to research, intervention, and prevention. OUP USA, 2012.
1 JAMES, Anthony C. et al. Cognitive behavioural therapy for anxiety disorders in children and adolescents. Cochrane Database of Systematic Reviews, n. 2, 2015. https://doi.org/10.1002/14651858.CD004690.pub4