Tratamentos para Distimia
O foco do tratamento atual da sintomatologia depressiva, incluída a distimia– uma forma de depressão crônica– está se voltando à percepção das próprias pessoas em relação a sua saúde. Isto é, volta-se mais para o bem-estar das pessoas nas diferentes dimensões de sua vida.
O foco do tratamento atual da sintomatologia depressiva, incluída a distimia– uma forma de depressão crônica– está se voltando à percepção das próprias pessoas em relação a sua saúde. Isto é, volta-se mais para o bem-estar das pessoas nas diferentes dimensões de sua vida.
Da mesma forma, observa-se que o critério de avaliação de saúde não é mais focado em sintomatologia ou mesmo em morbimortalidade. Ora, se a qualidade de vida pode ser percebida no âmbito da própria pessoa, esse conceito torna-se importantíssimo para compreender o funcionamento do transtorno e, assim, ampliar as possibilidades do tratamento psicológico.¹
Num estudo de 2012 com dezenas de pessoas diagnosticadas com distimia a principal queixa foi de solidão e desamparo. A vida social e amorosa, em contraposição com a dedicação ao trabalho, ficou em segundo plano nas prioridades sociais. O sentimento de tristeza persiste, assim como a dificuldade de relacionamentos interpessoais.¹
Os sintomas advindos com o transtorno inserem-se na vida da pessoa e ela se sente deprimida, retroalimentando o sentimento de tristeza inicial.
A distimia, quando entendida a partir do ciclo - tristeza que interfere no dia a dia, acarretando insatisfação e frustração, consequentemente reabastecendo a baixa autoestima-, pode ser interpretada e tratada por novos parâmetros.¹
Uma psicoterapia estruturada específica para depressão crônica é modestamente superior a um tratamento inespecífico.²
O tratamento para distimia de início recente com Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem alcançado melhores resultados do que uma psicoterapia de suporte geral, de acordo com resultados de uma pesquisa de 2017.²
A TCC foca crenças e pensamentos distorcidos que estariam na gênese de comportamentos pouco adaptados e são fonte de sofrimento para a pessoa com distimia. A partir da identificação desses “motores” internos é iniciada a alteração de sua mecânica para desenvolver uma melhor adaptação da pessoa ao meio.
A psicanálise, assim como as psicoterapias psicodinâmicas também são uma opção de tratamento para distimia. Elas geralmente focam o cerne da tristeza e suas manifestações na relação com o(a) psicoterapeuta, ou psicanalista, para diagnosticarem o mecanismo que perpetua a tristeza e promoverem um tratamento que traga a remissão ou melhor ajustamento para a pessoa atendida.
Marisa de Abreu
Psicóloga
CRP 06/29493
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1 ORSINI, Mara Rúbia de Camargo Alves; RIBEIRO, Cecília Rodrigues. Impacto da cronicidade do transtorno distímico na qualidade de vida. Estudos de Psicologia, v. 29, p. 709-717, 2012.
2 SCHRAMM, Elisabeth et al. Effect of Disorder-Specific vs Nonspecific Psychotherapy for Chronic Depression: A Randomized Clinical Trial. JAMA Psychiatry ; 74(3): 233-242, 2017 Mar 01.