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Ciclo da violência: o que é e quais as consequências no desenvolvimento infantil

Descubra como a violência pode impactar na saúde mental da criança e como prevenir suas consequências

A violência experienciada por crianças é algo que, infelizmente, ainda é recorrente. Isso porque ela pode acontecer diretamente através de agressões físicas ou verbais, ou indiretamente, quando a criança vivencia um ambiente violento, especialmente no âmbito familiar.

Durante o período de desenvolvimento infantil estrutura-se a personalidade da criança, que futuramente passará pela adolescência e vida adulta, e é importante levar em consideração que tudo o que acontece terá um impacto nesse processo. Por esse motivo, é necessário entender o que pode ocorrer e como evitar maiores problemas. 

O que é o ciclo da violência?

Ao falarmos sobre um ciclo, nos referimos ao processo desde a violência vivenciada até as consequências tardias deste ato. Além disso, é possível observar também a repetição do ciclo, da forma mais variada possível. 

Diferentemente do que é propagado, a criança tem uma enorme capacidade de absorver as situações que presencia, independentemente de sua idade. Suas lembranças, por exemplo, podem aparecer através de traumas ou repetições de algumas dinâmicas. É possível observar isso em relacionamentos abusivos, bullying, inseguranças, comportamentos agressivos, entre tantos outros. 

Diante disso, a crença de que a criança não lembra de nada, serve para contribuir ainda mais para que o ciclo continue se repetindo e que a violência seja impedida de ser cessada. As formas de violentar podem ser diferentes, mas as raízes muitas vezes vêm da infância.

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Quais são as consequências do ciclo da violência no desenvolvimento infantil?

Diversas são as consequências ocasionadas a partir de uma situação de violência, para demonstrar é possível expor alguns exemplos:

  • Insegurança;
  • Dificuldade em estabelecer relações de confiança;
  • Relações Instáveis;
  • Submissão à relacionamentos abusivos;
  • Tornar-se uma pessoa abusiva;
  • Reprodução da violência vivenciada;
  • Desvalorização do outro;

Entre outras. 

Essas consequências são reações muitas vezes inconscientes, sendo formas de lidar com o sofrimento causado. A criança ou adolescente pode repetir determinados comportamentos como forma de lembrar uma vivência ou até mesmo por considerarem o correto a se fazer, levando isso como algo saudável, especialmente quando se trata de reproduzir comportamentos a partir da observação das atitudes de cuidadores, os quais tomam como referência. 

A criança pode tomar a violência como parâmetro para o que é considerado afeto se submetendo à uma situação de violência ou sendo violenta. Nesse sentido, é importante expor que a violência não é necessariamente física, podendo ocorrer através de obsessões, como é o caso de relacionamentos abusivos, por exemplo. Estes relacionamentos podem ser amorosos ou não, podendo ocorrer também no âmbito escolar ou profissional. Além disso, é comum perceber um movimento muito curioso quando se fala do ciclo da violência que é a pessoa agredida, violentada, oprimida, buscar agredir, violentar, oprimir. 

Isso acontece, pois, a partir de um dado momento, ocorre uma inversão de posição, na qual o sujeito não mais aceita se submeter a determinadas situações e para superar isso, faz uso da própria vivência, só que agora, usando como alvo o outro. Essa é uma forma nada saudável de elaborar um sofrimento, mas para a pessoa, é a dinâmica que faz mais sentido, justamente pela sensação de poder e prazer trazido pela nova posição: a de agressora. 

Entretanto, é importante destacar que muitas vezes a raiz disso tudo é uma grande insegurança e medo de passar novamente por experiências passadas, então, acredita-se que esse seja um modo de romper com o ciclo, quando na verdade, só contribui para sua propagação.

É possível romper com o ciclo da violência?

Não só é possível, como necessário o rompimento desse ciclo para que haja um desenvolvimento seguro e saudável, pois muitas vezes a violência vivenciada pela criança é também a repetição de tantos outros ciclos experienciados pelos pais, avós, bisavós e assim por diante, especialmente em um contexto em que se alimenta a ideia de que a aprendizagem só ocorre através de atos punitivos.

Nos dias atuais com o crescente acesso à informação, palestras, com a desconstrução de imaginários sociais, é possível observar uma mudança no que é considerado cuidado e educação parental, especialmente no que se refere às suas consequências para o desenvolvimento da criança e do adolescente. 

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Como identificar e romper com o ciclo da violência?

Para romper com qualquer coisa, é necessário a busca por informações e conhecimento para que seja possível identificá-las. Este é o primeiro passo.

É fato que não há uma regra, tampouco é possível generalizar como cada criança irá reagir às mais diversas situações, mas o cuidado nesse período do desenvolvimento é necessário para que se estruturem da forma mais saudável possível.  

Por isso é importante se atentar à maneira como sua filha ou seu filho estabelece relações com outras pessoas. Outro fato a se atentar é à forma como o meio (escolas, colegas, outros adultos) se relacionam com seus filhos, pois isso pode te ajudar a entender se estão vivenciando algum tipo de violência fora do ambiente familiar. Identificar isso é de grande importância para que os devidos cuidados sejam tomados a fim de evitar que isso se transforme em outras coisas futuramente. 

Você também pode procurar um profissional para te orientar e te auxiliar da forma mais adequada nesse processo. 

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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