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Consumismo compulsivo

A pessoa passa a acumular objetos, muitas vezes na tentativa de preencher espaços vazios como se estivesse preenchendo algo dentro de sim mesmo, mas não percebe que este espaço vazio dentro de si nunca é preenchido e precisa sempre de mais e mais.

 Entrevista cedida pela psicóloga Rosana Maria Gabriel CRP 06/89502 para a jornalista Débora Oliveira do portal Bolsa de Mulher

Psicologo para tratar consumismo compulsivo1. O que leva a uma pessoa a acumular muitos objetos?

Psicologa: A pessoa passa a acumular objetos, muitas vezes na tentativa de preencher espaços vazios como se estivesse preenchendo algo dentro de sim mesmo, mas não percebe que este espaço vazio dentro de si nunca é preenchido e precisa sempre de mais e mais. A pessoa chega em um ponto onde ela não consegue diferenciar o que pode jogar fora e o que realmente é necessário jogar fora, ela olha para o objeto como se ele tivesse vida ou sentimento e fosse sofrer caso ela o jogo fora.

Muitas pessoas às vezes por algum trauma constroem como se fosse um “ninho” para se proteger, ou melhor, onde se sintam protegidas de tudo e todos

2. Como se difere a compulsão de um consumo exagerado?

Psicologa: O TOC Colecionismo também pode levar o indivíduo ao consumo exagerado, isto é, comprar coisas que não será utilizada, coisas sem necessidades. A compulsão começa aí onde o indivíduo já perdeu o controle e se deixar levar pelo impulso da compra e o desejo de suprir suas necessidades que ele mesmo não sabe do que.

3. Como é o tratamento?

Psicologa: O tratamento indicado para este tipo de transtorno é o tratamento farmacológico (psiquiatria) e psicoterápico (psicologia), a psicoterapia mais indicada é a TCC (Terapia Comportamental Cognitiva), através da psicoterapia é que será possível conhecer o indivíduo e todas suas histórias de contingências a qual levaram o mesmo a se comportar de tal forma, só a partir de então que começam as intervenções e implementação de novos repertórios e modelagens de novos comportamentos. É importante lembrar que não é um tratamento simples é necessário o acompanhamento multidisciplinar e o mais importante é o empenho do indivíduo para redescobrir-se.

4. A sociedade de consumo pode estimular esse transtorno ou não?

Psicologa: Na verdade todos nós somos sugestionais, o que às vezes nos deixamos levar por consumos exagerado. O importante é sempre nos vigiarmos para que não deixemos o externo controlar nossos comportamentos, e sim para que nós mesmos conseguíssemos controlá-lo. Nós devemos controlar nossa mente e não nossa mente nos controlar.

5. Existem graus de colecionismo? Por exemplo, a pessoa que tem uma gavetinha de objetos pode evoluir para uma que tenha uma casa cheia de objetos?

Psicologa: Sim, é possível que esta gavetinha tome conta da casa toda, é como se fosse um vício, no início um pouco satisfaz, quando o organismo se acostuma precisa de mais e mais. O importante é perceber-se sempre, e se conhecer alguém com uma gavetinha é importante buscar tratamento logo no início só assim a evolução de transtorno se interrompe e fica mais fácil e rápido o tratamento. 

Nao endividarEntrevista cedida para o SPC

Como não se endividar

Como estar inserido numa sociedade consumista e não se endividar

A sociedade está cada vez mais consumista O ser humano é movido pelo prazer. Tudo o que fazemos na vida temos o prazer como combustível, mesmo um ato de doação, uma pessoa que trabalha como voluntário só se mantem nesta atividade pelo prazer que sente em ajudar. Mesmo um trabalho que aparentemente não dê prazer só terá continuidade porque obtemos algum prazer disso, nem que seja o prazer de consegui pagar as contas no final do mês.

Todos sabemos disso mas quem explora é a mídia publicitária que promete rios de prazer até em comer margarina, e o publico que leva uma vida cada vez mais corrida, cada vez com menos tempo para identificar atividades prazerosas acaba comprando a ideia de ir ao Shopping Center como se fosse um parque de diversões e lá compram todo e qualquer produto como se estivessem comprando momentos de paz, harmonia e desfrute com a família.

Comportamentos saudáveis para evitar o endividamento

Comprar é um comportamento que envolve muito o lado emocional de cada um. Deve-se pensar muito antes de fazer compras para que o lado emocional seja amenizado – identificar se está comprando algo que realmente será útil ou se está acreditando em necessidades que foram criadas pela mídia. Identificar se está comprando “felicidade” ou se está comprando algo que irá realmente usar e não ficará empilhado no armário. Pensar se está comprando algo que está dento do seu orçamento ou se está se endividando apenas para ter status diante da sociedade.

- Segundo uma pesquisa do SPC, roupas, calçados e eletrônicos são os maiores objetos de consumo e endividamento das pessoas

Roupas e calçados oferecem uma “camuflagem” que pode passar informações sobre a pessoa antes mesmo de conversarmos com ela. Podemos considerar uma pessoa elegante, descolada, etc., só de vê-la em suas roupas. Esta é uma ideia bem agradável, saber que será melhor tratado devido sua roupa é algo que economiza muito tempo no trato interpessoal. Uma propaganda antiga na TV dizia “o mundo trata melhor quem se veste bem” – infelizmente isso é verdade.

Quanto aos eletrônicos, além do status oferecido a quem porta belos equipamentos, há grandes doses de prazer em ter acesso a mais e mais facilidades tecnológicas – a sensação de que a vida ficará cada vez mais fácil e produtiva leva as pessoas a adquirirem equipamentos.

Agende sua consulta >> Ligue no (11) 3262-0621 ou clique aqui

- É possível ter prazer, se divertir sem gastar em locais que induzem ao consumo

Sim, você pode passear no shopping e fazer apenas caminhadas, como também é possível ir a parques, exposições, museus gastando muito pouco e mantendo seu cerebro muito mais ativo e informado.

- Dicas mais práticas sobre comportamento, hábitos que evitem o consumismo

Nunca se deixe levar pelo automático – sempre dê uma paradinha e pense antes de abrir a carteira “Preciso mesmo disso? Vou usar? Será que já não tenho um monte de objetos parecidos com este?”

Faça uma lista de atividades que poderiam ser divertidas para os finais de semana.

De-se o direito de fazer sempre coisas diferentes, ir a lugares diferentes. As novidades estimulam o cérebro e oferecem boas doses de prazer simplesmente por estar fazendo algo novo.

Não compre sempre nos mesmos lugares – pois você precisará de doses mais fortes de consumo para ter o mesmo prazer. Pesquise e divirta-se indo a locais diferentes.

Antes de sair de casa faça uma lista dos objetos que pretende comprar.

Entrevista cedida para o vila mulherEntrevista cedida para o Vila Mulher

Oniomania

1- O que é oniomania?

Psicólogo: É o termo usado para designar necessidade compulsiva de comprar. Este termo não consta do DSM IV – Diagnostic and Statistical Manual of mental Disorders – listagem internacional das doenças psicológicas e nem é tão conhecido mas define o comportamento das pessoas que sentem impulsos incontroláveis de comprar mesmo que não precisem deste objeto, não tenham onde guardar ou não tenham dinheiro para pagar.

2- Até que ponto é somente uma "recompensa" por frustrações pessoais? E quando se torna realmente uma doença?

Psicólogo: O limite que separa doença de comportamentos normal (ou seja, uma mera extravagancia) é o prejuízo que este comportamento causa na vida deste comprador compulsivo. Ou seja, assim que iniciar danos em qualquer esfera, seja pessoal, social, financeiro, ou qualquer outra esfera estamos falando de doença.

3- É mais comum em mulheres? Caso positivo, por quê?

Psicólogo: Sim, é mais comum em mulheres. As mulheres são “coletoras” desde a era das cavernas. Ela tem um papel social e até genético que a define como sendo a pessoa que busca elementos necessários para suprir a família e os trás para casa. Até hoje, em nosso mundo moderno, a mulher é normalmente a responsável pela compra dos alimentos, das roupas das crianças e até acompanha o marido em sua compras pessoais. Talvez seja este papel que facilite, dando uma certa “autorização” para ir as compras.

A compulsão por comprar é quase um acaso, ou seja uma pessoa com tendência ao comportamento compulsivo poderia adquirir qualquer outra compulsão. Qual comportamento será compulsivo depende, também, da oportunidade e a mulher tem muito mais oportunidade para ir as compras.

4- Como uma pessoa acaba desenvolvendo essa doença? O que motiva seu surgimento?

Psicólogo: Há um prazer inegável em adquirir bens. A sensação de estar “suprida”, de agora possuir elementos que não deixarão a necessidade bater a porta é muito boa.

Este prazer pode ser usado também para suprir outras carências, seja afetivas ou emocionais de forma geral. Quando a repetição do comportamento se instala, inicia-se a compulsão.

5- Quais são os sinais que indicam o desenvolvimento dessa doença?

Psicólogo: Comprar o que não precisa. Mentir a si mesmo dizendo que esta compra foi muito necessária normalmente com argumentos muito furados mas aos olhos da compradora parece ser muito racional. Algo do tipo “não posso mesmo repetir a roupa pois há pessoas na festa que podem já ter me visto com as roupas que tenho, e por isso preciso comprar novas roupas”.

6- A compra é direcionada para qualquer tipo de produto ou há “coisas” específicas?

Psicólogo: Algumas pessoas compram absolutamente tudo o que veem pela frente, mas em minha experiência clinica percebi que as pessoas escolhem objetos específicos. Há compradoras de anéis, de livros, de sapatos. Ou a compulsão está em um grupo de objetos, por exemplos roupas e acessórios. A “escolha” do tipo de produto ao qual a pessoa se tornou compulsiva dependerá o prazer que ela obteve em compras anteriores. Por exemplo, se uma pessoa sentir que o gosto de bebida alcoólica foi muito desagradável nas primeiras vezes que provou jamais se tornará um alcoólatra, mas se esta pessoa tiver alguma fragilidade emocional que a direciona a compulsão é possível que ela se torne fumante, ou usuária de drogas ou compradora compulsiva.

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7- Existe tratamento? Como é feito?

Psicólogo: A psicoterapia pode ter ótimos resultados. O psicologo poderá investigar qual o significado do ato de comprar e dos objetos que ela compra. Poderá também estudar seu histórico para identificar quais fatores a fizeram valorizar as compras como elemento de satisfação psicológica. Ele a ajudará a identificar novas fontes de prazer voltadas para a real necessidade emocional desta pessoa. Talvez esta pessoa precise aprender a ser mais assertiva e se colocar de forma afirmativa para que não se sinta em necessidade emocional – necessidade esta que possas tentar se suprida com compras inúteis.

Consulte um psicólogo
Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.

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