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Criança entende o "não"?

Não existe uma idade exata para que a criança entenda o não, pois essa compreensão começa a ser passada para a criança a partir do momento em que é verbalizado para a mesma que existem regras, limites e que esta não deve ou não pode fazer uma coisa ou outra.

Psicologo para tratar crianca

Entrevista cedida para o portal Bolsa de Mulher

• Qual é a idade principal que as crianças entendem o “não”?

Psicóloga: Não existe uma idade exata para que a criança entenda o não, pois essa compreensão começa a ser passada para a criança a partir do momento em que é verbalizado para a mesma que existem regras, limites e que esta não deve ou não pode fazer uma coisa ou outra.

A compreensão do não começa a existir a partir do momento que é inserida pelos pais na vida da criança.

O não deve ser dito sempre que a criança apresentar um comportamento que seja inadequado; que os pais avaliem como sendo passível de impor limites e, esse limite, deve começar a existir desde que a criança nasce.

Inicialmente a criança não entende o não somente através da fala, portanto, deve-se sempre que se falar um não mostrar para ela, com exemplos práticos e reais, o que deve evitar fazer e oferecer uma alternativa adequada para mesma. Como quando a criança começa a comer na cadeirinha e joga toda a comida para fora, faz birra; nesse momento é necessário apresentar limite para esta criança e ensiná-la a comer adequadamente.

A criança começa a entender o não a partir da associação que faz do som da palavra com os gestos dos pais e a forma como se colocam diante dela.

Quando maiores, a partir dos 2 anos, já conseguem entender de forma mais clara as explicações verbais (fala) para o não. E, é muito importante, que sempre que um não for dito, seja esclarecido o porquê, suas consequências e apresentada uma forma alternativa adequada.

Além disso, é fundamental que os pais não falem “nãos” sem necessidade, demasiadamente, mas sim quando este realmente tiver dentro de uma situação coerente, onde seja possível para a criança entender o contexto, caso contrário ele perde o seu valor, torna-se corriqueiro não sendo possível também para criança identificar onde, quando e por que deve ou não evitar um comportamento ou outro.

• Existem diversos tipos de temperamentos e perfis das crianças. Há uma maneira certa de lidar com cada um para dizer o “não”?

Psicóloga: Em uma mesma família, os irmãos nunca são iguais e, os pais nessa relação acabam apresentando diferentes maneiras de agir e se relacionar com cada um dos seus filhos.

No momento de colocar limites, de falar o não, isso também acontece, mas não por que esta sendo mostrada uma regra, ou mesmo apontada uma situação onde a criança não se comportou corretamente, ou corre algum perigo e para tanto o “não” entra como o representante desse limite, mas sim por que cada criança apresenta uma dinâmica diferente, um temperamento diferente e que requer uma forma de se relacionar também diferente.

Importante saber que mesmo a relação sendo diferente, como por exemplo, com crianças mais agitadas muitas vezes e necessário ser um pouco mais enérgico e com crianças mais dóceis, uma simples explicação já é suficiente, nunca se deve deixar de esclarecer o não, usá-lo com ponderação e, oferecer uma alternativa correta para que a criança desenvolva comportamentos adequados.

• Quais os principais momentos que se deve dizer o não?

Psicóloga: O “não” deve ser dito quando a criança realmente apresentar um comportamento inadequado, que pode ser de birra, agressividade, desrespeito entre outros; em situações em que possa estar correndo perigo, como por exemplo, quando chega perto do fogão ligado, ou quer colocar a mãozinha em uma garrafa quente, ou mesmo em qualquer situação que seja avaliada como sendo necessário ser falado, ser mostrado o limite, apresentada uma regra.

É fundamental que essas situações realmente sejam coerentes, até mesmo para que os pais possam esclarecer o não com base em fatos concretos e não de forma aleatória, pois nesses casos o “não” pode acabar perdendo seu valor.

Deve-se tomar cuidado para não se distribuir “nãos” em qualquer situação e sem motivos reais!

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• Se as suas vontades não forem limitadas, o que isso pode influenciar em relação ao seu comportamento e ao seu futuro? E em relação ao seu psicológico?

Psicóloga: A criança precisa entrar em contato com limites, com regras, mesmo por que o mundo é feito de regras e limites.

Crianças sem limite tendem a ter dificuldade de relacionamento social, por apresentarem-se muitas vezes inadequadas, sem conseguir respeitar o espaço do outro. Podem apresentar muitas dificuldades em lidar com perdas, derrotas, frustram-se facilmente, como por exemplo, quando adultas, em um processo seletivo de trabalho quando não aprovadas podem apresentar comportamentos inadequados diante dessa situação, não aceitando o fato, tornando-se agressivas, desafiadoras, ou sentindo-se exageradamente tristes.

Além disso, entrar em contato com os limites estimula a criança a encontrar estratégia para superá-los, desenvolver novas formas de se relacionar com as situações, aumenta sua flexibilidade no contato interpessoal, estimula o desenvolvimento da capacidade para enfrentar problemas.

Quando as coisas são oferecidas de forma muito fácil e sem limitações, a convivência social torna-se muito sofrida, pois o enfrentar da realidade se torna algo desconhecido e frustrante.

• Torna-se mais difícil controlá-los quando adolescentes, depois de ter dado muita liberdade?

Psicóloga: Certamente. Os limites, as regras, o “não” deve ser apresentado sempre que a criança tiver um comportamento inadequado. Caso isso não ocorra desde cedo, ela irá se acostumar com as relações que lhe foram ensinadas e essa será a forma que aprenderá a lidar com o mundo e as pessoas, sendo assim, formas diferentes ao serem apresentadas encontrarão muita resistência por parte dessa criança, ou desse jovem. Em especial quando essas diferentes maneiras de se relacionar forem avaliadas como limitadoras de sua liberdade.

• Se essa criança for muito reativa ou mesmo violenta quando receber o não, é o caso de leva-la a uma consulta com um psicólogo?

Psicóloga: É muito importante que se avalie bem cada situação. Não é por que a criança apresentou uma reação agressiva uma vez diante de um “não” que significa que apresenta algum comportamento que requer maior atenção.

Faz-se necessário observar o que houve naquele momento; a criança pode estar estressada por algum motivo, estar com sono, cansada e, nesse caso é importante que os pais conversem com a criança sobre esse seu comportamento que muitas vezes pode não aparecer novamente.

Entretanto quando a criança mostra-se agressiva, violenta diversas vezes, sem um contexto que justifique (como sono, por exemplo) é muito importante que os pais observem atentamente não somente estes, mas outros comportamentos de birra, dificuldade diante de frustrações e outras situações e procurem auxilio de um profissional que possa ajudá-los na compreensão do que esta ocorrendo; orientá-los sobre a conduta mais adequada em relação ao filho.

O Psicólogo possui conhecimentos sobre desenvolvimento infantil, comportamentos, técnicas de manejo adequadas em situações de conflito entre outros os quais podem ser o suporte fundamental para os pais e a criança nesses casos.

• Para as mães que têm mais dificuldade em dizer não aos filhos de até seis anos, qual o seu conselho?

Psicóloga: Não se sinta constrangida, com medo e receio de dizer não ao seu filho. O “não” representa amor!

Deixar a criança fazer tudo e ter tudo não é a melhor maneira de demonstrar amor e cuidado com o seu filho.

Mostrar à ele os limites, impor regra monstra que você se preocupa com ele, que esta atenta aos seus movimentos e que não o deixa fazer tudo o que quer, pois esta ao seu lado orientando e sendo a base para ele se desenvolver.

A criança quando sente esse carinho, essa atenção dos pais, cresce mais segura e com melhores condições de enfrentar à vida!

Psicóloga Aurea Ferreira Martins dos Santos

CRP 06/74489

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Marisa de Abreu Alves | Psicóloga CRP 06/29493

*O material deste site é informativo, não substitui a terapia ou psicoterapia oferecida por um psicólogo.